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Os critérios essenciais do CDP exigem um plano de transição climática para a lista A

Balanço de 2024 e as perspectivas para 2025

Com novos "critérios essenciais", diretrizes de pontuação, questionário integrado, cronograma e plataforma, a versão 2024 do questionário do CDP abalou o mundo da sustentabilidade. Embora as dores de cabeça iniciais tenham sido mais atribuídas à plataforma e aos requisitos do questionário integrado, à medida que as empresas começaram a avaliar seu desempenho em 2024 em relação às respostas do ano anterior, os critérios essenciais se tornaram um tema quente e, infelizmente, uma fonte de más notícias para as empresas que buscam mostrar uma melhoria ano após ano em seu desempenho no questionário CDP.

Antes de 2024, os "critérios essenciais" eram uma lista de itens que uma empresa precisava ter em seu programa de sustentabilidade (e, claro, reportar ao CDP) para ser incluída na prestigiosa “lista A". Este ano, no entanto, o CDP desenvolveu uma lista de critérios essenciais para cada nível de pontuação das respostas ao caderno de Mudanças Climáticas1. Os novos critérios essenciais abordam uma série de tópicos, desde riscos e oportunidades à supervisão de questões de mudança climática pelo Conselho, e incluem ainda a verificação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) por terceiros e planos de transição climática.

No que tange aos requisitos do plano de transição climática, este ano, para receberem pontuações no nível de liderança (a fim de obterem um A- ou um A), as empresas precisavam ter um plano de transição climática alinhado a 1,5°C ou planejar desenvolver um nos próximos 2 anos. Se uma empresa quisesse estar na lista A de 2024, os entrevistados tinham de traçar um plano de transição climática alinhado a 1,5°C que estivesse disponível publicamente e tivesse um mecanismo de feedback para o acompanhamento do progresso em relação às metas do plano de transição e responsabilização, no âmbito do gerenciamento ou (se aplicável) da diretoria, pelo desenvolvimento e/ou implementação do plano de transição. De acordo com as diretrizes dos critérios essenciais, se uma empresa não tiver um plano de transição climática alinhado a 1,5°C, ela não poderá receber mais do que um B no questionário de Clima do CDP2. Muitas organizações, que desejavam ganhar seu primeiro A- no ciclo de 2024, decepcionaram-se, pois não tiveram um plano de transição para divulgar.

Porém, a inclusão de um plano de transição climática alinhado a 1,5°C nos novos critérios essenciais talvez não tenha surpreendido os que reportam ao CDP. Essa organização deixou claro que considera a existência de um plano de transição climática confiável como o alicerce de qualquer programa de sustentabilidade que esteja trabalhando rumo a uma verdadeira liderança ambiental. De fato, em junho de 2024, o CDP publicou um relatório sobre o estado dos planos de transição climática, que não só detalhou as estatísticas sobre as empresas que divulgam planos de transição via o CDP, como também avaliou os principais elementos que devem ser incluídos em planos de transição sólidos.

No relatório, o CDP menciona que em 2023 "mais de uma em cada quatro empresas revelou, por meio do CDP, que tem um plano de transição climática alinhado a 1,5°C " e 36% delas pretendiam divulgar um plano de transição nos dois anos seguintes. Contudo, nos reportes ao CDP de 2021, menos da metade das corporações que indicaram a intenção de divulgar um plano de transição nos próximos dois anos de fato cumpriram esse cronograma e apresentaram um plano em 20233. Essa estatística indica que, embora as empresas possam ter a intenção de desenvolver um plano de transição climática alinhado a 1,5°C, outras prioridades podem tolher suas capacidades de realmente desenvolver um plano de transição nesse período de dois anos. Além disso, o fato de menos da metade das empresas que reportaram ao CDP em 2023 terem um plano de transição demonstra que esse raramente é um componente-chave do programa de sustentabilidade da maioria dos entrevistados.

O CDP julga a "credibilidade" do plano de transição das empresas com base no reporte de 21 indicadores de sua seção climática. Supreendentemente, ele relata que apenas 2% das companhias que informaram ter um plano de transição em 2023 responderam a todos os 21 indicadores de credibilidade4. O que parece sugerir que, mesmo levando em conta as empresas com um plano de transição climática alinhado a 1,5°C (pouco mais de 25% em 2023), poucas tinham o que o CDP consideraria um plano de transição "sólido".

Felizmente, o CDP também deu boas notícias, apesar das estatísticas decepcionantes sobre a quantidade de empresas que já contavam com um plano de transição. Nessa mesma publicação, ele ofereceu uma série de requisitos para um plano de transição de alta qualidade considerando estruturas, padrões e iniciativas relevantes. O relatório definiu os nove elementos de um bom plano de transição – governança, análise de cenários, riscos e oportunidades, estratégia, planejamento financeiro, metas, cálculo de emissões de GEE com verificação, compromisso com políticas públicas e engajamento da cadeia de valor. Ele chega a inseri-los no contexto de algumas das estruturas, padrões e iniciativas mais importantes para planos de transição climática: IFRS 2, ESRS, SEC, TPT, GRI e GFANZ. Embora cada uma tenha suas próprias diretrizes para um plano de transição, há uma sobreposição considerável nos requisitos de cada uma, sobretudo no que diz respeito ao engajamento da cadeia de valor, ao cálculo de emissões, ao planejamento financeiro, às estratégias, às análises de cenários e à governança. Além disso, ao criar um plano de transição que tenha cada um desses elementos, a empresa não só atenderá aos novos critérios essenciais do CDP, como também poderá aproveitar o mesmo plano de transição ao reportar a esses outros padrões.

Em resumo, com o novo questionário de 2024, o CDP está dando uma mensagem clara de que a divulgação voluntária está se tornando mais robusta. Porém, desde o início, ele indicou que quer tornar o seu questionário intercambiável com outras estruturas de reporte, sobretudo as obrigatórias, tais como: o CSRD, da União Europeia, e a divulgação climática da SEC, dos Estados Unidos. Ao analisar especificamente os planos de transição climática, o CDP parece estar cumprindo essa meta e até publicou os recursos que podem ser usados para a criação de um plano de transição climática alinhado a 1,5°C, que atenderá aos requisitos de várias estruturas. No caso das empresas que ainda não têm um plano de transição, a hora de desenvolver um é agora – especialmente se elas querem obter um A- no CDP – ou elas podem ser obrigadas a fazer esses reportes no futuro. No caso das que têm um plano de transição, talvez seja o momento de reavaliar se ele tem os componentes para um plano de transição confiável.

Para as corporações que querem divulgar seu primeiro plano de transição climática, a Schneider pode ajudá-las a desenvolver um que se alinhe aos critérios do CDP e aos de outras estruturas, de acordo com o que for necessário. Nosso apoio inclui gestão de projetos, coleta de informações, redação, design e alinhamento com estruturas. Se você quiser saber mais, entre em contato conosco hoje.

A Schneider Electric é uma Provedora de Serviços Credenciada Gold do CDP de longa data que está na lista A do clima há 13 anos seguidos.

 

Contribuíram para este artigo:

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Katie Halpin, Consultora de Sustentabilidade

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Nicole Popp, Gerente de Programas ESG

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Fontes:

  1. https://cdn.cdp.net/cdp-production/comfy/cms/files/files/000/009/177/original/CDP_Climate_Change_Scoring_Essential_Criteria_2024.pdf

  2. https://cdn.cdp.net/cdp-production/comfy/cms/files/files/000/009/177/original/CDP_Climate_Change_Scoring_Essential_Criteria_2024.pdf

  3.  “The State of Play, 2023 Climate Transition Plan Disclosure”, publicado pelo CDP: https://www.cdp.net/en/guidance/guidance-for-companies/climate-transition-plans

  4. De “The State of Play, 2023 Climate Transition Plan Disclosure”, publicado pelo CDP: https://www.cdp.net/en/guidance/guidance-for-companies/climate-transition-plans